Mercado: Argélia

Com mais de 41 milhões de habitantes, dos quais 28,4% tem menos de 15 anos, a Argélia dispõe de um produto interno bruto (PIB) de 164,8 mil milhões de USD e de um PIB per capita da ordem de 4 120 USD. No contexto africano, a Argélia é a quarta maior economia, depois da Nigéria, Egipto e África do Sul.

Apesar da forte queda dos preços do petróleo, o setor dos hidrocarbonetos continua a ser o principal suporte da atividade económica do país, representando cerca de 30% do PIB, 60% das receitas do Estado e 95% das exportações. No âmbito do setor energético, a Argélia é um dos principais players a nível mundial no que diz respeito ao gás natural, ocupando, segundo o Annual Statistical Bulletin de 2017 da OPEP, a 5ª posição no ranking dos exportadores mundiais em 2016 (1º do continente africano), com um volume de produção de aproximadamente 93,2 mil milhões de metros cúbicos. É ainda o 17º produtor mundial de petróleo, com uma produção diária de cerca de 1,1 milhões de barris/dia.

A economia argelina registou um abrandamento em 2016 (a Economist Intelligence Unit estima um aumento da ordem de 3,4%, que compara com 3,9% em 2015), em consequência de uma acentuada queda do preço do petróleo nos mercados internacionais. As estimativas de organismos internacionais apontam para a continuação desta tendência em 2017 (o PIB deverá crescer 1,5% de acordo com o FMI), em virtude da aplicação de medidas de consolidação orçamental, com implicações em termos de redução do investimento e da despesa pública. Ao longo dos próximos anos deverá assistir-se a uma ligeira recuperação da economia, em linha com o previsível aumento do preço do petróleo que irá permitir um maior dinamismo da procura interna.

Desde 2015 que a Argélia tem vindo a perder peso no contexto das exportações portuguesas de bens, tendo atingido, no último ano, a 16ª posição no ranking de clientes (13ª em 2015 e 12ª em 2014), a que correspondeu uma quota de 0,9%. No contexto dos países Árabes, a Argélia surge como 2º cliente, a seguir a Marrocos, e como 2º fornecedor, depois da Arábia Saudita. Ao longo dos últimos cinco anos as exportações portuguesas para a Argélia registaram uma taxa de crescimento médio anual de 3,2%, tendência igualmente verificada no que diz respeito ao número de empresas portuguesas com relações comerciais com este mercado. O interesse pelo mercado é igualmente confirmado pelo conjunto significativo de empresas portuguesas instaladas na Argélia, nomeadamente nos setores da construção e obras públicas, equipamento e material para a construção, consultoria e engenharia.

O legado decorrente do aprofundamento das relações entre a União Europeia e a Argélia, de que o Acordo de Associação Euro-Mediterrânico é exemplo vivo, as perspetivas de crescimento económico, e a dimensão do mercado, constituem fatores de atratividade do país e potenciam novas oportunidades de negócio.