Turismo: Análise da Conjuntura

Turismo Internacional
Destaques 

Os Destinos Turísticos Europeus mostraram uma expansão muito moderada mas constante ao longo dos meses de Verão

Apesar das incertezas levantadas pela evoluçãoda economia mundial, a procura turística europeia permanece estável e positiva. As prolongadas disputas comerciais entre EUA e China estão a pesar sobre o crescimento global. Por outro lado, apesar da recente prorrogação até janeiro de 2020, subsistem os temores na indústria do turismo sobre o acordo do Brexit. Apesar dos riscos externos não estejam a dissipar-se, os destinos continuam a crescer a um ritmo modesto e as perspectivas regionais globais permanecem inalteradas (entre 3 a 4% nas chegadas de turistas internacionais em 2019).

Transporte Aéreo
O tráfego aéreo internacional de passageiros continuou a crescer ao longo dos meses de verão, mas houve uma desaceleração sustentada do crescimento em 2019. Em particular, houve um abrandamento notável no tráfego aéreo de passageiros tanto em Julho como em Agosto, em comparação com Maio e Junho. O crescimento médio nos últimos três meses foi de 4,1% (apoiado por um forte crescimento em Junho), bem abaixo da taxa média de crescimento nos últimos 10 anos de 6,1%. Esta desaceleração coincide com uma desaceleração geral da actividade económica em vários mercados globais chave.

Hotelaria
O desempenho do alojamento a nível mundial foi relativamente positivo em todas as regiões, com base nos dados do ano revelados até Setembro. O crescimento da taxa de ocupação tem sido relativamente moderada, embora num contexto de um rendimento médio por quarto acupado (ADR) mais elevados em comparação com o mesmo período do ano passado. Apesar das preocupações de abrandamento da procura global, o facto de os hoteleiros terem sido capazes de crescer não só os preços médios como também as taxas de ocupação deu origem a quadro geral positivo.
Os hotéis na Ásia-Pacífico registaram uma diminuição da ocupação em comparação com o mesmo período do ano anterior. O crescimento do desempenho nas Américas tem sido de certa forma moderado em 2019 até à presente data. As taxas de ocupação hoteleira no Médio Oriente e em África cresceram 1,9% em comparação com o ano anterior no mesmo período, apesar do crescimento desenfreado da oferta hoteleira em alguns destinos destas regiões.
As taxas de ocupação na Europa cresceram ligeiramente no período de um ano até Setembro, 0,4% em comparação com o mesmo período do ano anterior. O dólar forte tornou a Europa um destino mais atractivo, com a taxa de câmbio a produzir uma descida efectiva do preço real das dormidas para quem viaja em dólares americanos (incluindo as moedas indexadas a este). Estes movimentos de preços também são susceptíveis de ter estimulado alguma procura intra-europeia, uma vez que o custo de viajar para fora da Europa é relativamente mais caro em comparação com um ano atrás. Os ADR (rendimento médio por quarto ocupado) praticados na Europa foram 4,0% mais baixos com base nos últimos dados disponíveis, o que significa que a RevPAR caiu 3,6% devido a um crescimento de apenas 0,4% na ocupação.

As Companhias Aéreas de “Low-Cost” : sobrevivência das mais aptas”
Ao longo de três anos, um conjunto de companhias áreas “Low-Cost” faliram, o que reflecte bem a vulnerabilidade do sector à instabilidade política, aos riscos financeiros, à sobrecapacidade e à competição desenfreada
A Monarch, Airberlin, Cobalt Air, a companhia aérea transatlântica Wow Air, e a Adria Airlines são algumas das companhias aéreas que cessaram as suas operações nos últimos anos. Devido à incerteza do Brexit e à volatilidade económica global, esperando-se segundo os observadores do setor novas falências de companhias aéreas “Low-Cost”. O crescimento das companhias aéreas europeias, medido em termos de receitas passageiro/-quilómetro, baixaram de 6,9%, registadas nos primeiros quatro meses do ano para 5,4% com base em dados apurados até Agosto, reflectindo uma desaceleração geral do crescimento económico global.

 

Turismo na Europa 2019
Segundo os dados recentemente publicados pela CE, registou-se neste trimestre uma expansão mais lenta em  cerca de um terço dos destinos, e em alguns casos foram ultrapassados os níveis de crescimento registrados no mesmo período do ano anterior. Montenegro com (+18%) manteve a dinâmica de crescimento ao acolher um fluxo crescente de turistas da Europa Ocidental, enquanto a depreciação da lira continuou a desempenhar um papel vital no desempenho turístico da Turquia (+15%). A Lituânia e a Eslováquia registaram ambas um crescimento de 9% até Junho, com esta última a beneficiar do facto de ser anfitriã do Campeonato Mundial de Hóquei no Gelo. Na Holanda registou-se (+7%), a mudança de foco de suas campanhas de marketing está a levar os turistas a sair do caminho traçado pela nova visão, talvez em resultado da passagem da promoção dos destinos para a gestão de destinos.

Destinos de sol e praia mais acessíveis estão a criar desconforto no desempenho, próximo da estagnação, da Grécia (-0,5%) neste caso recorrendo a dados até junho. Os dados referentes aos meses de Verão, no entanto, parecem vir a confirmar esta tendência.

A Islândia viu o número de chegadas diminuir acentuadamente (-14%) e deverá registar um declínio no fecho de 2019, que odcorrerá pela primeira vez desde 2010. Espera-se que a desaceleração do turismo do país permita uma evolução do setor para um desenvolvimento mais sustentável e inclusivo, de acordo com especialistas da indústria que esperam voltar aos níveis normais de crescimento (de 4 a 5% ao ano). As viagens para o Reino Unido (-1%) também mostraram um quadro sombrio devido, entre outras razões, à incerteza em torno do impacto de um Brexit sem condições nas viagens entre o Reino Unido e a Europa.

Os Principais Mercados de Origem de Longo Curso na Europa estão a ter resultados sombrios?

Na China, a motivação por fazer turismo na Europa continua forte, apesar de um certo declínio da economia deste gigante asiático.

A China apresentou a taxa de crescimento do PIB mais baixo das últimas quase 3 décadas (6%) para o terceiro trimestre de 2019. O governo chinês já tomou medidas para estabilizar a economia (por exemplo, cortes de impostos, investimentos em infra-estruturas, etc.), apesar do “acordo de primeira fase” entre a China e os EUA já ter sido anunciado. No entanto, praticamente todos os destinos registaram fluxos crescentes de viajantes chineses, tendo o Montenegro apresentado o melhor desempenho.

Os números recentes também mostram que um conjunto de destinos europeus que registaram crescimento do mercado de viagens com origem nos EUA. Foram observados aumentos significativos no Sudeste da Europa (Turquia, Grécia e Chipre). O sentimento de uma economia americana saudável e um dólar forte em relação ao euro, encorajou os fluxos turísticos dos EUA, apesar dos problemas decorrentes da política comercial do presidente Trump, que já mostram reflexos no crescimento global, o que também afectará a economia americana em termos de crescimento, embora a recessão seja muito pouco provável.

Espera-se um crescimento económico mais modesto na Rússia devido a restrições estruturais e sanções. Assim, os destinos tradicionais de Verão para turistas russos estão a perder competitividade como é o caso da Turquia, devido à sua acessibilidade, clima e oferta turística, muito preferidos pelos viajantes russos. Os destinos que registaram o crescimento mais rápido deste mercado foram a Sérvia (+30%) e a Eslováquia (31%), embora tendo em consideração que os valores partiram de registos anteriores baixos.

O crescimento no acumulado do ano em todos os destinos reportados foi significativamente mais lento do que nos dois anos anteriores, com um aumento de 3,4% calculada numa base média ponderada. Isto representa uma desaceleração marginal em relação ao início do ano, quando o crescimento foi de 3,5%, sugerindo um período de Verão mais moderado do que tem sido típico para a maioria dos destinos nos últimos anos. Em comparação, o crescimento europeu em 2018 foi de 4,5% tendo como referência aa mesma base de cálculo.

O principal destino de crescimento na Europa foi o Montenegro, que registou um crescimento de 18,1% nas chegadas (e 9,0% nas dormidas) com base em dados de Agosto, em comparação com o mesmo período do ano anterior. Isto marca um abrandamento do crescimento de 50% nas chegadas, com base em dados até Abril. A desaceleração foi inevitável com o crescimento no início do ano atribuível aos esforços do Montenegro para diminuir a sua sazonalidade, tentanto juntar o Verão aos meses de de inverno através do desenvolvimento da infra-estrutura de turismo de inverno.

A Turquia continuou a crescer com base no impulso alcançado no início do ano, com as chegadas a registarem  14,7% em relação ao ano anterior, de acordo com dados de Agosto (o crescimento das chegadas foi de 12,2% com base nos dados dos primeiros quatro meses do ano). Ainda neste destino, foi reportado ainda um crescimento de dois dígitos de todos os mercados de origem para os quais os dados estão disponíveis, apoiados numa lira fraca. A taxa atual de crescimento das chegadas, se forem mantidos os valores actuais, rondará  +6,7 milhões de chegadas em 2019, em comparação com 2018.

Turismo em Portugal (Janeiro a Setembro) 2019 

Segundo dados publicados pelo INE referentes à actividade turística em Setembro de 2019, o setor do alojamento turístico registou 2,9 milhões de hóspedes e 7,6 milhões de dormidas em Setembro de 2019, correspondendo a variações de +5,2% e +3,3%, respetivamente (+6,7% e +2,9% em agosto, pela mesma ordem).

As dormidas de residentes cresceram 4,4% (+3,6% em Agosto) e as de não residentes aumentaram 2,9% (+2,5% no mês anterior). Em setembro de 2019, a estada média (2,64 noites) reduziu-se 1,8% (+0,7% nos residentes e -3,0% nos não residentes). A taxa líquida de ocupação (57,1%) recuou 1,9 p.p. (-2,2 p.p. em Agosto).

Os proveitos totais desaceleraram para +6,7% (+7,3% em Agosto), atingindo 498,7 milhões de euros. Os proveitos de aposento (378,5 milhões de euros) cresceram 6,4% (+7,1% no mês anterior). O rendimento médio por quarto disponível (RevPAR) situou-se em 66,0 euros, o que se traduziu num aumento de 1,2% (+1,7% no mês anterior), e o rendimento médio por quarto ocupado (ADR) atingiu 97,5 euros, mantendo o crescimento registado no mês anterior (+3,0%).

Destaques na Economia Global e Nacional 

Economia Global

Segundo a Oxford Economics (OE) a recente série de dados disponibilizados aponta para que uma recuperação iminente do crescimento do PIB global seja pouco provável e que as preocupações com o abrandamento do crescimento e as tensões comerciais podem estar agora a afectar a actividade do sector dos serviços. Ainda se espera que o crescimento do PIB mundial desacelere no início do próximo ano; tanto para 2019 como para 2020, prevê-se um crescimento médio de 2,5%, o mais fraco desde 2009.

O risco de uma recessão global em 2020 – definida como o crescimento do PIB mundial a acair abaixo do crescimento anual da população de pouco mais de 1% – aumentou e agora a probabilidade de tal ocorrência passou para 30%. Todavia, a amior parte das perspectivas publicadas é que uma recessão será evitada.

Há evidências crescentes de que a incerteza está a levar as empresas a reduzir os planos de aumento de capital, gasto e a contratar mais trabalhadores, mas estes indicadores ainda apontam para uma perda modesta de dinamismo em vez de uma recessão iminente.

No próximo ano, espera-se que o crescimento do PIB global permaneça em torno de 2,5%. Mas embora tal facto esteja muito longe do território da recessão, ainda deixa margem para um crescimento muito moderado, mesmo tendo em conta  padrões de comportamento pós crise financeira global.

Economia Nacional
De acordo com os dados publicados pelo INE em Novembro referentes ao 3º trimestre de 2019, o Produto Interno Bruto (PIB) em volume registou uma taxa de variação homóloga de 1,9% no 3º trimestre de 2019 (taxa idêntica à do trimestre anterior).

O contributo da procura interna para a variação homóloga do PIB manteve-se em 3,2 p.p., verificando-se uma aceleração do consumo privado e um crescimento menos intenso do Investimento.

A procura externa líquida apresentou um contributo de -1,3 p.p., semelhante ao observado no 2º trimestre, registando-se uma aceleração das Importações e das Exportações de Bens e Serviços.

Em termos nominais o PIB aumentou 3,4%, mais 0,2 p.p. que no trimestre anterior, refletindo o impacto no deflator da melhoria dos termos de troca (no 2º trimestre tinha-se registado uma pequena deterioração dos termos troca).

Comparativamente ao 2º trimestre de 2019, o PIB aumentou 0,3% em termos reais (0,6% no trimestre anterior), em resultado de um contributo de 0,9 p.p. da procura interna para a variação em cadeia do PIB (0,6 p.p. no trimestre precedente), enquanto a procura externa líquida apresentou um contributo de -0,6 p.p. (contributo nulo no 2º trimestre).

Emprego
Ainda segundo o INE a análise ao mercado de trabalho publicada em Outubro de 2019, em Setembro de 2019, a taxa de desemprego situou-se em 6,5%, valor superior em 0,1 pontos percentuais (p.p.) ao do mês anterior, inferior em 0,1 p.p. ao de três meses antes e ao do mesmo mês de 2018. Aquele valor representa uma revisão em baixa de 0,1 p.p. da estimativa provisória divulgada há um mês.

Comparando com o mês precedente, a população desempregada aumentou 9,3 mil pessoas (2,8%) e a população empregada aumentou 10,4 mil pessoas (0,2%).

A estimativa provisória da taxa de desemprego de outubro de 2019 é 6,5%, mantendo-se o valor do mês anterior.

Destaques na Economia Global e Nacional 

Economia Global

Segundo a Oxford Economics (OE) a recente série de dados disponibilizados aponta para que uma recuperação iminente do crescimento do PIB global seja pouco provável e que as preocupações com o abrandamento do crescimento e as tensões comerciais podem estar agora a afectar a actividade do sector dos serviços. Ainda se espera que o crescimento do PIB mundial desacelere no início do próximo ano; tanto para 2019 como para 2020, prevê-se um crescimento médio de 2,5%, o mais fraco desde 2009.

O risco de uma recessão global em 2020 – definida como o crescimento do PIB mundial a acair abaixo do crescimento anual da população de pouco mais de 1% – aumentou e agora a probabilidade de tal ocorrência passou para 30%. Todavia, a amior parte das perspectivas publicadas é que uma recessão será evitada.

Há evidências crescentes de que a incerteza está a levar as empresas a reduzir os planos de aumento de capital, gasto e a contratar mais trabalhadores, mas estes indicadores ainda apontam para uma perda modesta de dinamismo em vez de uma recessão iminente.

No próximo ano, espera-se que o crescimento do PIB global permaneça em torno de 2,5%. Mas embora tal facto esteja muito longe do território da recessão, ainda deixa margem para um crescimento muito moderado, mesmo tendo em conta  padrões de comportamento pós crise financeira global.

Economia Nacional
De acordo com os dados publicados pelo INE em Novembro referentes ao 3º trimestre de 2019, o Produto Interno Bruto (PIB) em volume registou uma taxa de variação homóloga de 1,9% no 3º trimestre de 2019 (taxa idêntica à do trimestre anterior).

O contributo da procura interna para a variação homóloga do PIB manteve-se em 3,2 p.p., verificando-se uma aceleração do consumo privado e um crescimento menos intenso do Investimento.

A procura externa líquida apresentou um contributo de -1,3 p.p., semelhante ao observado no 2º trimestre, registando-se uma aceleração das Importações e das Exportações de Bens e Serviços.

Em termos nominais o PIB aumentou 3,4%, mais 0,2 p.p. que no trimestre anterior, refletindo o impacto no deflator da melhoria dos termos de troca (no 2º trimestre tinha-se registado uma pequena deterioração dos termos troca).

Comparativamente ao 2º trimestre de 2019, o PIB aumentou 0,3% em termos reais (0,6% no trimestre anterior), em resultado de um contributo de 0,9 p.p. da procura interna para a variação em cadeia do PIB (0,6 p.p. no trimestre precedente), enquanto a procura externa líquida apresentou um contributo de -0,6 p.p. (contributo nulo no 2º trimestre).

Emprego
Ainda segundo o INE a análise ao mercado de trabalho publicada em Outubro de 2019, em Setembro de 2019, a taxa de desemprego situou-se em 6,5%, valor superior em 0,1 pontos percentuais (p.p.) ao do mês anterior, inferior em 0,1 p.p. ao de três meses antes e ao do mesmo mês de 2018. Aquele valor representa uma revisão em baixa de 0,1 p.p. da estimativa provisória divulgada há um mês.

Comparando com o mês precedente, a população desempregada aumentou 9,3 mil pessoas (2,8%) e a população empregada aumentou 10,4 mil pessoas (0,2%).

A estimativa provisória da taxa de desemprego de outubro de 2019 é 6,5%, mantendo-se o valor do mês anterior.