Alto Minho vai ter centro de apoio tecnológico à indústria em novembro

O novo centro deverá entrar em funcionamento “até à primeira quinzena de novembro na In.Cubo, em Arcos de Valdevez.

Redação/Lusa22 set 2020


O presidente do Instituto Politécnico de Viana do Castelo (IPVC) disse hoje à Lusa que o Centro de Interface Tecnológico do Alto Minho (CITAM) vai começar a funcionar em novembro para ser o “braço armado” das empresas na inovação.

“O objetivo do CITAM é ser o braço armado das empresas e com elas fazer o trabalho de inovação, de desenvolvimento do produto, de processos e de internacionalização que cada uma, per si, necessitar”, afirmou Carlos Rodrigues.

O novo centro deverá entrar em funcionamento “até à primeira quinzena de novembro na In.Cubo”, em Arcos de Valdevez, no distrito de Viana do Castelo.

Contactado pela Lusa, a propósito da decisão hoje divulgada pela Câmara de Arcos de Valdevez de que vai participar no CITAM, Carlos Rodrigues explicou que a missão da nova estrutura é “facilitar” o apoio à indústria do Alto Minho.

“As empresas, principalmente as de pequena e média dimensão, mais características da região não têm a capacidade de poder deslocar recursos humanos para se dedicarem à inovação, à investigação aplicada ao desenvolvimento. Será um centro muito mais focado no trabalho com as empresas e para as empresas, prestando serviços de apoio à inovação, ao desenvolvimento de novos produtos, à internacionalização para as empresas do Alto Minho”, especificou Carlos Rodrigues.

O presidente do IPVC adiantou que a constituição daquele centro passa pela criação de “uma associação sem fins lucrativos, que integrará empresas, entidades do sistema científico e tecnológico nacional, como é o caso do politécnico, a Comunidade Intermunicipal (CIM) do Alto Minho, a Confederação Empresarial do Alto Minho (CEVAL) e a Associação para o Centro de Incubação de Base Tecnológica do Minho (ACIBTM)”.

Carlos Rodrigues acrescentou que “o capital social da associação será de cerca de um milhão de euros, a realizar em três anos”.

“O que pretendemos é que a associação seja autossuficiente. Até lá temos de assegurar os meios para que possa iniciar a sua atividade, sendo que o que se pretende, no futuro, é que o capital social venha a ser maioritariamente privado”, disse.

Carlos Rodrigues destacou que, na região Norte, o distrito de Viana do Castelo “é o único que não tem um centro específico de apoio às empresas que estão instaladas na região”.

“Há infraestruturas, equipamentos, materiais e laboratórios que já existem e que podem ser rentabilizados, sendo que o conhecimento já existe no IPVC”, referiu.

O novo centro será instalado na In.Cubo, na freguesia de Guilhadeses, em Arcos de Valdevez. Criada em 2007, aquela incubadora de iniciativas empresariais é participada pela Câmara de Arcos de Valdevez, pelo IPVC e pela Associação para o Centro de Incubação de Base Tecnológica do Minho (ACIBTM).

Na nota hoje enviada às redações, a Câmara de Arcos de Valdevez refere que “este projeto resulta da associação, por complementaridade de interesse, de instituições de ensino superior, empresas e respetivas associações com organismos públicos dotados de personalidade jurídica, maioritariamente do Alto Minho”.

“O CITAM tem como propósito dinamizar a economia da região, promover atividades de investigação, inovação e desenvolvimento de novas tecnologias, processos e produtos, bem como reforçar o emprego altamente qualificado e o emprego científico”, acrescenta a nota.

No documento, o município presidido por João Manuel Esteves realça que o novo centro “pressupõe o aumento da competitividade do tecido empresarial e social da região, a promoção da capacitação técnica e tecnológica, bem como a promoção da colaboração institucional entre as instituições científicas e de ensino superior com o tecido produtivo”.

“A criação deste Centro de Interface Tecnológico gera benefício social, que se traduz na atração de investimento para a região, na fixação da população e na melhoria da qualidade de vida das pessoas do concelho e da região”, reforça.

Com cerca de cinco mil alunos, o IPVC tem seis escolas – de Educação, Tecnologia e Gestão, Agrária, Enfermagem, Ciências Empresariais, Desporto e Lazer -, ministrando 28 licenciaturas, 40 mestrados, 34 Cursos de Técnicos Superiores Profissionais (CTESP) e outras formações de caráter profissionalizante.

Além das escolas superiores de saúde, educação e tecnologia e gestão, situadas em Viana do Castelo, o IPVC tem escolas superiores instaladas em Ponte de Lima (Agrária), Valença (Ciências Empresariais) e Melgaço (Desporto e Lazer).