Estudos CEVAL: O Impacto da COVID-19 no Alto Minho

Tendo presente a velha máxima de que ‘saber ouvir é tão importante quanto saber falar’, focamo-nos na elaboração de quatro estudos, entre os meses de março e julho de 2020, na incessante busca pela completa fotografia desta crise nas empresas da região.

Uma das principais premissas da missão associativa, que não se encontra espelhada em nenhum documento, regulamento ou estatutos, é o compromisso de querer e saber ouvir os anseios e pretensões daqueles que nos constituem. Ainda que possamos alegar que essa é uma característica inerente ao simples facto de se estar ‘em associação’.

No que respeita ao Associativismo Empresarial, o compromisso de saber ouvir as empresas é um dos pilares mestres que sustenta a confiança entre associações e associados.

Perante a provação enfrentada pelas empresas da região, e face a uma pandemia sem precedentes, a Confederação Empresarial do Alto Minho (CEVAL), cedo percebeu que era vital ouvir as empresas, medir o seu estado de espírito, e construir um canal de comunicação e confiança que lhes possibilitasse algum conforto perante a sua dramática situação.

Tendo presente a velha máxima de que ‘saber ouvir é tão importante quanto saber falar’, abandonamos os comunicados e focamo-nos na elaboração de quatro estudos, entre os meses de março e julho, na incessante busca pela completa fotografia desta crise nas empresas da região.

‘O Impacto do COVID-19 na atividade das empresas do Alto Minho’, realizado em março, ‘Medidas de mitigação do impacto do COVID-19 nas empresas do Alto Minho’, apresentado em abril, ‘Reativação da Economia nas regiões de Fronteira’, conhecido em maio, e o estudo ‘Impacto da reabertura das fronteiras no comércio, restauração e hotelaria das regiões raianas do Alto Minho’, que viu a luz do dia em julho, procuraram desnudar a realidade da região.

Aquando do primeiro estudo, realizado ainda em março, 50% das empresas inquiridas dizia já sentir um impacto muito forte na sua atividade, e 77,8% das empresas anteviam já que o impacto da COVID-19 nas empresas seria ainda maior.

E ainda que à data não tivéssemos experimentado o confinamento, 44,4% dizia já sentir uma redução da procura na região. Quando auscultadas sobre as medidas de mitigação, durante o mês de abril, o segundo estudo revelou que 89,1% conseguiram salvaguardar os postos de trabalho, ainda assim, 10,9% que afirmou ter recorrido ao despedimento, e 39,1% dos inquiridos suspendeu a sua atividade nessa data.

A realidade agudizava-se rapidamente e 47,3% revelavam já que haviam iniciado o processo para recorrer às medidas de apoio do Governo. A intrínseca relação com a Galiza motivou a realização do terceiro estudo. Abrira a economia, mas toda a raia Alto Minhota continuava a sofrer as consequências do encerramento das fronteiras. 91,4% das empresas inquiridas afirmaram que a Galiza tem impacto nas vendas dos seus negócios, 40,6% argumentaram que os galegos representam mais de 80% das suas vendas.

A dramática realidade espelhava-se nos 82,9% dos empresários inquiridos a revelarem que sua a atividade havia sido totalmente condicionada como resultado da implementação do Estado de Emergência. 60,7% afirmavam mesmo que a faturação estava abaixo dos 20%. Longos foram os dias para os empresários raianos.

Motivados pela reabertura, o quarto e último estudo promovido pela CEVAL mostrou que uma semana após as fronteiras serem reabertas, o aumento do número de clientes foi de menos de 20%. Apesar de tímido, foi reconhecido como sinal de esperança pelas 42,6% das empresas inquiridas que afirmaram apenas ter reiniciado a atividade aquando da reabertura das fronteiras.

No meio da incerteza, 70,7% afirmam estar certos da necessidade de precisar de mais de um ano para igualar os níveis de vendas que tinham antes da crise.

Numa altura em que aparentemente se vislumbra a vacinação como o derradeiro desfecho para a reativação económica, a velha máxima de que ‘saber ouvir é tão importante quanto saber falar’ permanece inalterada.

Este conjunto de inquéritos às empresas do Alto Minho teve o condão de reforçar a relação da CEVAL com as empresas da região, trazendo para o debate público as suas dificuldades, medos e anseios, dando voz às suas expectativas e ambições.

Estamos certos que este é um caminho que continuaremos a trilhar, porque este é também o papel do associativismo empresarial. Ser o espetador atento das necessidades das empresas, estar ao seu lado, ser o seu interlocutor, garantindo a defesa das suas legítimas aspirações, independentemente da sua dimensão ou setor de atividade.

Todos os estudos encontram-se disponíveis para consulta e/ou download gratuito no site da CEVAL (em http://www.ceval.pt/estudos).

Não perca a oportunidade de acompanhar e participar em futuros estudos promovidos pela CEVAL, basta enviar um email para [email protected] transmitindo esse interesse.