Voltar ao trabalho de máscara e mais 11 medidas. Personalidades pedem ao Governo alternativa ao isolamento

Um conjunto de 167 personalidades (economistas, sindicalistas e profissionais de saúde, entre outros) pressionam Marcelo e Costa a avançar para alternativa ao actual isolamento.

Um conjunto de 167 personalidades, tais como empresários, economistas a profissionais de saúde, assinam uma carta na qual defendem um regresso à “normalidade possível” que respeite regras de saúde pública. Entre os signatários da carta estão dois parceiros sociais representantes de patrões e sindicatos, António Saraiva, da Confederação Empresarial de Portugal (CIP), e Carlos Silva, da UGT.

A carta (em PDF) foi enviada ao Presidente da República, ao presidente da Assembleia da República e ao primeiro-ministro, e deixa um conjunto de 12 sugestões no dia em que Espanha regressa gradualmente ao trabalho. A intenção é que, “havendo garantias de saúde pública, em consonância com o parecer dos técnicos especialistas, o estado de emergência venha a ser levantado gradualmente com a mitigação da epidemia”.

“É fundamental criarmos uma alternativa a novos períodos de lockdown – que se apresentam como um modelo cego e com impacto sem retorno na economia de um país”, dizem os signatários, referindo como exemplos vários países (Japão, Singapura, Coreia do Sul) que “mostram ser possível, com medidas de contenção muito rigorosas, manter a economia em funcionamento sem lockdown e, ao mesmo tempo, conter a propagação do vírus num patamar inferior a um número restrito de casos por dia”.

O conjunto de medidas adoptadas para poder relançar o funcionamento da economia coloca o foco principal na necessidade de evitar um novo surto. “A abordagem do phase-out do lockdown exigirá, contudo, a implementação de medidas de contenção adicionais para prevenir novos surtos que obriguem a períodos de lockdown intermitente.”

Isto porque os signatários da carta acreditam que “não é possível suspender a actividade económica até que não exista qualquer risco de contágio. O nosso modelo de sociedade não suportaria uma espera tão prolongada. Mas também consideramos que seria uma atrevida inconsciência retomar a actividade sem adoptar cuidados adicionais que garantam que não teremos um ressurgimento a curto e médio prazo”.

 

Fonte: Jornal Público