No passado dia 30 de maio de 2025, o Jornal Vida Económica destacou a convergência de opiniões entre as principais associações empresariais portuguesas – CEVAL, AEP e AIMMAP – quanto à importância de soluções simples e acessíveis, como o método PISA, para promover a inovação, o empreendedorismo e o desenvolvimento empresarial. Este método, baseado na experimentação e no pensamento crítico, é visto como um elemento essencial para estimular o espírito empreendedor, especialmente entre os jovens e aqueles com menor formação técnica, facilitando a transição de ideias simples para negócios sustentáveis e contribuindo para o combate ao desemprego jovem.
Luís Ceia, presidente da CEVAL, reforça que soluções simples são, por vezes, mais difíceis de implementar, mas estimulam competências como a experimentação e a resiliência — elementos centrais do ciclo de melhoria contínua, como exemplificado pelo modelo japonês pós Segunda Guerra Mundial. Para Luís Ceia, o método PISA valoriza competências como a autodisciplina e o pensamento crítico, fundamentais para o sucesso empreendedor. Defende também que as associações empresariais devem ter um papel pedagógico na disseminação destes princípios junto de jovens sem formação técnica, promovendo partilhas de experiências e incentivando a
experimentação sem as limitações impostas pelo saber técnico tradicional.
O presidente da AEP, Luís Miguel Ribeiro, valoriza o equilíbrio entre soluções simples e a sofisticação tecnológica. Sublinha que, embora a simplicidade seja eficaz e desejável, não se deve descurar a tecnologia como fator de competitividade, sobretudo em mercados internacionais. A simplicidade pode, de facto, criar valor — e, quando conjugada com inovação tecnológica, pode potenciar o crescimento e a escalabilidade das empresas, áreas onde Portugal ainda apresenta fragilidades face aos seus pares europeus. No apoio a jovens empreendedores com menor formação técnica, Luís Miguel Ribeiro destaca o papel ativo da AEP na promoção da formação e do empreendedorismo, considerando o método PISA particularmente relevante por motivar e capacitar aqueles que, por falta de formação, muitas vezes se sentem afastados do mundo empresarial. A simplicidade do método pode ser uma ponte de acesso ao empreendedorismo, estimulando a criação de valor através de ideias práticas e acessíveis.
Já o vice-presidente executivo da AIMMAP, Rafael Campos Pereira, reforça a ideia de que inovação não é sinónimo de complexidade, mas sim de customização e agilidade — valores presentes no setor metalúrgico e metalomecânico, onde pequenas séries e respostas rápidas são chave. Considera que a competitividade futura das empresas dependerá fortemente da incorporação de tecnologias, mas isso não invalida a importância de métodos como o PISA, que permitem aproximar o conhecimento das realidades empresariais. Para ele, não se trata apenas de apoiar quem tem menos formação técnica, mas de criar pontes entre o mundo académico e o chão de fábrica, promovendo a formação contínua e o “learning by doing” através de iniciativas como as do CENFIM.
O presidente da CCP, João Vieira Lopes, esclarece que “a Confederação desempenha um papel estratégico na integração de métodos inspirados no PISA no apoio a jovens empresários com menos formação técnica, promovendo o empreendedorismo como resposta ao desemprego jovem e à emigração”.

