O presidente da CIP – Confederação Empresarial de Portugal defendeu hoje, em Genebra, a necessidade de encontrar novas abordagens para promover de forma mais eficaz a cultura da igualdade de género nas empresas. António Saraiva discursava na 107ª Sessão da Conferência Internacional do Trabalho, que decorre de 28 de maio a 8 de junho, e que abrange este ano, entre outras matérias, a Iniciativa Mulheres no Trabalho: o Impulso para a Igualdade.
Para o responsável da CIP, apesar da tendência geral de diminuição da disparidade entre homens e mulheres no emprego e na educação, existe ainda um longo caminho a percorrer no que toca à igualdade de oportunidades de progressão na carreira, com as mulheres a estarem, regra geral, sub-representadas nos altos níveis de direção das empresas.
“A dificuldade com que as mulheres se deparam na conciliação das responsabilidades familiares com o emprego, mantém-se como o mais sério obstáculo à igualdade de género”, nota António Saraiva. O presidente da CIP defende assim a necessidade de promover de forma mais eficaz a cultura da igualdade, quebrando as barreiras culturais e assegurando que mulheres e homens sigam uma maior diversidade de carreiras através de vários meios, nomeadamente:
- Iniciativas ao nível da educação, desde o início da escolaridade até à universidade, encorajando os jovens a fazerem as suas escolhas tendo interiorizada a consciência da sua igualdade de oportunidades;
- Promoção do empreendedorismo como verdadeira opção de carreira para ambos os géneros;
- Desenvolvimento de competências durante a carreira, nomeadamente, através da educação, da formação e da aprendizagem ao longo da vida;
- Introdução de maior flexibilidade ao nível da organização do tempo de trabalho, particularmente no contexto da digitalização da economia e dos instrumentos tecnológicos que lhe estão associados.
“As empresas têm um papel importante a desempenhar neste domínio, na medida em que, se o seu objetivo é serem mais competitivas, necessitam da melhor competência disponível ao nível dos seus recursos humanos, tendendo a optar pelos mais capacitados, quer sejam mulheres ou homens”.
Para António Saraiva esta não se cinge a uma questão ética ou de objetivos política e legalmente impostos, encerrando igualmente benefícios económicos: “Esta promoção gera vantagens competitivas, assumindo-se como uma contribuição decisiva para a concretização plena do potencial das empresas”.