Centenas de pequenas e médias empresas estão a recorrer à nova plataforma dos CTT e do Governo que ajuda a abrir lojas online para a venda de produtos. O ritmo é já de 80 a 90 novas lojas por dia.
“Portugal nunca foi dos países da Europa com maior consumo de ecommerce. Crescia bastante, mas menos do que noutros países”, recorda João Sousa. Mas apesar dos impactos negativos do Covid-19, aos quais nenhuma empresa é imune, a pandemia “alterou esse paradigma”. “Isso é positivo para nós, porque uma das nossas apostas é o segmento do ecommerce“, admite o gestor, em videochamada.
Com a economia e a sociedade a mudarem tão rapidamente, “a empresa CTT, ao ver isto, percebe que tem de se adaptar mais rápido para estar na pole position [liderança]”, explica o gestor. O serviço “Criar Lojas Online” é um exemplo dessa adaptação, com a empresa a propor ao tecido empresarial português uma gestão “rápida e simples” das respetivas lojas virtuais e, claro, a “integração para o envio de todas as encomendas através dos CTT”.
“1.400 a 1.500” pessoas, ou 86% dos trabalhadores do grupo, excluindo o departamento de distribuição, estão já em modo de teletrabalho, fora da sede dos CTT. Há reuniões diárias do gabinete de crise e da comissão executiva, onde se avalia permanentemente o impacto da pandemia nas operações e no negócio do grupo. No terreno mantêm-se os carteiros e outros trabalhadores da distribuição, os quais a administração garante ter feito um “investimento avultado em material” de proteção. Já há, contudo, pelo menos um caso confirmado de Covid-19 entre os trabalhadores do grupo, nomeadamente em Ermesinde.
Com a empresa a preparar-se para publicar os indicadores de qualidade do serviço universal postal — que o presidente executivo, João Bento, já admitiu serem “impossíveis” de cumprir –, João Sousa garante que o momento atual é exemplo do trabalho que a equipa tem vindo a fazer. “É nestes momentos difíceis que se nota que o trabalho que estava a ser feito e continua a ser feito pela empresa estava bem feito. Vem uma pandemia destas e os CTT continuam a trabalhar, a entregar, e todas as outras empresas vêm ter connosco, para sermos motor da economia”, sublinha João Sousa.