António Freitas de Sousa / 18 Set 2020
Longe de terem desaparecido, os problemas de capitalização das empresas podem encontrar forte apoio no Banco de Fomento. Mas o presidente da AEP considera que também é necessário um choque fiscal.
Depois de uma primeira fase em que as propostas do Governo para combater a pandemia do lado da economia motivaram uma generalizada aceitação por parte da maioria das organizações patronais, o fim do lay-off simplificado marcou o “antes” e o “depois” desse alinhamento. A partir daí, as associações passaram a dar voz às empresas que consideravam o fim do lay-off simplificado como um passo atrás na defesa de empresas, emprego e capacidade de geração de novos empregos.
O Governo não tem sido sensível a estes argumentos – ou, pelo menos, não suficientemente sensível – e voltou a instalar-se um ambiente de tensão entre os dois lados. Luís Miguel Ribeiro, presidente da Associação Empresarial de Portugal, dá voz a esse descontentamento. E alerta que a carga fiscal é o sintoma mais evidente de que as empresas estão sem ‘chão’ para avançarem na retoma. O resultado é a incapacidade de o tecido empresarial responder favoravelmente à necessidade de arranque da economia.
Que, recorda Luís Miguel Ribeiro, está sem margem para readquirir uma das suas principais caraterísticas anteriores à Covid-19: a capacidade exportadora, que, diz, está aos níveis pré-adesão à CEE. A esperança, ou parte dela, está agora no Banco de Fomento – uma novela que, segundo o Governo, tem finalmente um fim à vista. Resta saber que margem consideram ter António Costa e Pedro Siza Vieira para avançarem nesse sentido.