A Confederação Empresarial do Alto Minho (CEVAL), em parceria com a Comunidade Intermunicipal do Alto Minho vêm na Tunísia uma oportunidade para o aumento das exportações e para expansão de investimentos das empresas da região.
A aposta no “fortalecimento” das relações empresariais foi reafirmada hoje num encontro entre empresários do distrito de Viana do Castelo, o cônsul da Tunísia, no Porto, Madath Ali Jamal, e o diretor da FIPA (Agence de Promotion de l’Investissement Exterieur) em Madrid, Ibrahim Medini.
Em declarações aos jornalistas, à margem do encontro realizado no hotel Axis, em Viana do Castelo, no âmbito da “Estratégia & Plano Global de Ação “Alto Minho 2020”, Madath Ali Jamal afirmou que a Tunísia é um país “com afinidades com Portugal que já tem investimentos na Guarda e pequenas empresas dispersas no norte de Portugal”.
“Há na Tunísia mais de meia centena de empresas portuguesas já estabelecidas nos setores têxtil, produção de azeite, cortiça, metalomecânica, entre outros. Há uma relação forte entre empresas portuguesas e tunisinas e, este encontro é mais um passo para melhorar as relações com o Alto Minho”, frisou o cônsul da Tunísia no Porto.
O responsável adiantou que a Tunísia “oferece vários apoios” aos empresários que se queiram instalar no país”.
“A instalação de uma empresa na Tunísia faz-se em pouco tempo. No mesmo edifício o empresário consegue todas as licenças necessárias para operar”, disse, adiantando que as “facilidades” se estendem, ao abrigo de acordos com a União Europeia, “às transações de lucros para o país de origem do empresário”.
O presidente da CEVAL, Luís Ceia, destacou a importância do encontro como forma de “dar a conhecer aos empresários do Alto Minho um mercado interessante e tem muitas semelhanças com Portugal” e onde já operam “cerca de dez empresas” da região, sobretudo dos setores da “metalomecânica e agrícola”.
“O objetivo é aprofundar o relacionamento dos nossos empresários com a Tunísia e dos empresários tunisinos com o Alto Minho”, disse, referindo que o encontro hoje realizado foi “direcionado para empresas que têm alguma relação com os países do Magrebe”.
Em representação da Câmara de Viana do Castelo, o vereador do planeamento e gestão urbanística, desenvolvimento económico, mobilidade e coesão territorial, Luís Nobre referiu que estes encontros “são muito relevantes para tomar o pulsar às relações empresariais, consolidando e aprofundar contactos”.
Disse que a Câmara da capital do Alto Minho tem sido “parceira, agente facilitador e companheira nos processos de interação dos empresários locais com a economia global”.
“Grande parte da produção das nossas empresas é para o mercado exterior daí ser fundamental estabelecer estas relações. Será sempre muito mais fácil a qualquer agente económico entrar no mercado de um país se tiver um parceiro local que conheça esse mercado, o caminho a percorrer, que criar um espaço de receção favorável e positivo par que os negócios possam evoluir”, destacou.
De acordo com dados de 2017, o comércio bilateral luso-tunisino registou um aumento de 15% no primeiro semestre desse ano, atingindo os 80 milhões de euros
De acordo com os mesmos dados, Portugal tem 470 empresas a exportarem para o mercado tunisino, país que em 2016 foi o 30.º cliente nacional, subindo seis posições relativamente a 2015.
Em relação à comunidade portuguesa na Tunísia, o Ministério dos Negócios Estrangeiros refere que estão 171 cidadãos inscritos na embaixada de Portugal em Tunes.
A maioria dos portugueses concentra-se a residir na metrópole de Tunes (46,55%) e na área de Sousse (24,71%), estando a trabalhar em atividades profissionais ligadas ao setor têxtil (15,51%) ou sendo quadros de empresas e de organismos internacionais (11,49%).
Fotos e vídeo de Ricardo Sousa
Fonte: Rádio Alto Minho