Presidente da Confederação Empresarial da Região do Minho diz que a ligação pode ser um potencial de interligação às Astúrias, Cantábria, Castela e Leão e até ao País Basco.
A Confederação Empresarial da Região do Minho (Confminho) assinalou esta quinta-feira que concluir uma nova ligação ferroviária até Vigo permitirá potenciar a ligação do Norte de Portugal a outras regiões de Espanha, nomeadamente o industrializado País Basco.
“Com as vias rápidas que neste momento já existem, e se colocarmos a via férrea como uma opção muito interessante, particularmente nas mercadorias, eu penso que há aqui um potencial enorme de interligação que não se resumirá só à Galiza”, disse à Lusa Luís Ceia, presidente da Confminho.
O responsável referia-se à futura ligação ferroviária até Vigo, investimento que defendeu juntamente com a Confederação de Empresários de Pontevedra (CEP) na quarta-feira, concretizando um corredor de altas prestações desde Lisboa até à Galiza.
Porém, Luís Ceia lembrou que concretizar esta ligação poderia também ligar Portugal às Astúrias, Cantábria, Castela e Leão e até ao País Basco.
“O País Basco é uma zona com uma forte componente industrial, particularmente na área da metalomecânica pesada”, salientou, lembrando ainda à Lusa que uma ligação com aquela comunidade autónoma também implica “a ligação a França”.
Segundo Luís Ceia, que se referia à opção estratégica portuguesa de ligação ferroviária à Europa, “entre Lisboa e Madrid a densidade populacional é reduzida, ou seja, não haverá grandes urbes, e praticamente o comboio não faria uma paragem, ou se faria quase que não se justificaria”.
Fazendo a ligação pelo Norte de Portugal e pela Galiza, implicam-se “territórios que têm densidade populacional grande”, permitindo “a entrada das pessoas em diferentes pontos” do percurso.
Já acerca do interesse da Arriva em reavaliar o projeto de ligar o Porto à Corunha, noticiado na terça-feira pela Lusa, Luís Ceia considerou que todos teriam “a ganhar com a concretização desse novo itinerário, ainda por cima com um novo operador”, considerando que “o mercado neste momento já o justifica”.
Para Luís Ceia, “se a empresa se atreveu a avançar com uma proposta desse género, é porque constatou, de facto, que há uma lacuna de mercado que pode ser coberta e até estimulada com o aparecimento dessa nova alternativa, particularmente nas mercadorias, e também nos passageiros”.
A empresa alerta que apenas se se derem “as condições oportunas o projeto, pode ser executado”, apontando essas condições: “recuperação da procura, que se resolvam os aspetos de infraestruturas” e ainda “acesso a material circulante”.
Em 2018, o grupo Arriva, através da companhia Arriva Spain Rail, pediu à Comissão Nacional de Mercados e Concorrência (CNMC) espanhola autorização para operar numa nova linha entre as duas cidades. A autorização para operar este serviço foi concedida em 2019 pelo regulador espanhol.