O México, a 5ª maior economia emergente, depois da China, Brasil, Rússia e Índia, integra o grupo restrito de países que, em 2020, terá um PIB à volta de 1 500 mil milhões de USD dólares; e um PIB per capita, em paridade de poder de compra, ligeiramente maior que o do Brasil, quase 25% superior ao da China e cerca de três vezes maior que o da Índia.
Com cerca de 128,6 milhões de habitantes, o México é o 2º país mais populoso da América Latina depois do Brasil, em que 25% da população tem 14 anos ou menos, o que associado à sua crescente urbanização pesará no crescimento rápido do seu mercado interno, no médio prazo, com padrões de consumo variados, devido às desigualdades de rendimento.
O México, como consequência da sua abertura ao exterior, tem vindo a alterar de forma gradual as características do seu tecido industrial, constituído na sua maioria por pequenas e médias empresas (PME), integrando a sua economia setores altamente competitivos e exportadores com destaque para o setor automóvel (7º maior produtor mundial de veículos ligeiros, em 2016), elétrico e eletrónico, metalomecânico, de hidrocarbonetos (12º maior produtor mundial de petróleo, em 2016), mobiliário, extrativo (produtor mundial de prata, zinco, cobre e fluorite) e alimentar.
Vários fatores tornam-no um dos países emergentes mais atrativos para o investimento estrangeiro: o acesso privilegiado ao mercado dos EUA e Canadá (proximidade geográfica), a orientação exportadora (com a integração na parte final das cadeias de valor de algumas indústrias mexicanas), o facto de pertencer a uma extensiva rede de acordos de comércio livre e a dimensão do seu mercado interno, em crescendo desde 2014.
O México apresenta uma assinalável margem de progressão para o comércio internacional português, tendo, em 2016, representado 0,36% das exportações portuguesas de bens e serviços e 0,25% das importações, registando saldos favoráveis a Portugal. No comércio de bens, o México foi, nesse ano, o nosso 25º cliente, com uma quota de mercado de 0,45%, e 36º fornecedor, com uma quota de 0,26%. No âmbito da América Latina e Caraíbas, o México surge, assim, no 2º lugar no ranking de clientes (depois do Brasil) e no 3º lugar no ranking de fornecedores (depois do Brasil e da Colômbia).
Tanto as exportações como as importações portuguesas para o México apresentam um grau de concentração elevado. Em 2016, 52,1% do valor global exportado (46,6% em 2015) residiu em três grupos de produtos – máquinas e aparelhos (19%), plásticos e borracha (11,6%) e produtos químicos (11,5%), enquanto as importações se concentraram nos combustíveis minerais (65,1%), e, com valores muito menores, nos plásticos e borracha (9,58%), produtos agrícolas (7,1%), instrumentos de ótica e precisão (4,4%) e máquinas e aparelhos (3,7%), representando 89,8% do nosso valor global importado do México (87% em 2015).
Devido à atractividade da economia mexicana, tem aumentado quer o número de empresas portuguesas exportadoras para esse mercado – 741 em 2016 (mais 217 que em 2012); quer o das empresas portuguesas lá instaladas (mais de 100), nomeadamente das tecnologias e inovação, de equipamentos e produtos industriais, de componentes para a indústria automóvel, de construção e obras públicas, energia e ambiente.
Mercado Livreiro
Um aspeto relevante na indústria livreira mexicana é a posição importante do Estado no quadro do setor. O Governo é o único fornecedor de livros escolares, função que exerce através da Comisión Nacional de Libros de Texto Gratuito (Conaliteg), que edita, imprime e distribui livros e material didático gratuitos nas escolas públicas e privadas do país.
Em 2015, a Conaliteg, respondeu por 53% dos 310 milhões de livros produzidos no México, e dos 145 milhões produzidos pelo setor privado, perto de 47 milhões foram editados, especificamente, para programas do Governo. No volume de negócios, estimado em perto de 500 milhões de euros, as vendas à Conaliteg representam apenas 11,5%, sendo o mercado aberto responsável pela maior fatia (mais de 440 milhões de euros).
O setor editorial privado mexicano é muito concentrado, quer em termos geográficos, quer empresariais. Localizado, sobretudo, no centro do país, é maioritariamente constituído por pequenas e micro-editoras, e dominado por dois grandes grupos editoriais: a Penguin Random House e o Grupo Planeta, ambos multinacionais e com relações estreitas com as maiores cadeias de distribuição do país.
No que à distribuição diz respeito, embora o Governo responda pela maior fatia de mercado em volume (35%), as livrarias lideram o mercado em valor (com 38%), cabendo também uma parcela importante (26%) às escolas privadas.
* Portugal será o país convidado da edição de 2018 da Feira do Livro de Guadalajara, a mais relevante do setor na América Latina. Este evento é uma importante plataforma internacional para o setor livreiro, potenciador de resultados ao nível cultural, mas também económico, sendo uma oportunidade única para os editores portugueses darem a conhecer autores nacionais e encorajarem as traduções para a língua espanhola.