São Tomé e Príncipe beneficia da sua localização privilegiada no Golfo da Guiné e do facto de estarem previstos ou em curso diversos projetos estruturantes, fatores cruciais para o seu desenvolvimento e para converter o arquipélago numa plataforma logística para os mercados da região, ricos em recursos minerais, madeiras, café e cacau.
Em 2017-18 o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) deverá atingir uma média anual de 4,4%, em linha com os índices registados nos últimos 5 anos. O crescimento da Zona Euro, ainda que modesto (a principal fonte de comércio, investimento e turismo do país), bem como a estabilidade política, são fatores que concorrem para o crescimento económico de São Tomé. Acrescem ainda os fluxos da ajuda externa e os projetos infraestruturais com financiamento externo.
No que se refere ao comércio de bens, as relações comerciais entre Portugal e São Tomé e Príncipe assumem algum significado na vertente das exportações portuguesas (0,13% do total exportado em 2016), não tendo qualquer relevância o peso das importações com origem no mercado são-tomense.
A balança comercial é estruturalmente muito desequilibrada e favorável a Portugal, sendo o saldo, em 2016, de 63,8 milhões de euros, o valor mais elevado dos últimos cinco anos.
Nas exportações portuguesas para São Tomé e Príncipe por grupos de bens, os produtos alimentares ocupam a primeira posição (21,1% do total em 2016), seguindo-se as máquinas e aparelhos (20,9%), os produtos agrícolas (18,2%), os metais comuns (7,8%) e os produtos químicos (7,5%). Os cinco primeiros agrupamentos representaram, em conjunto, 75,5% do valor global das exportações.
De um modo geral não há restrições à entrada de mercadorias em São Tomé e Príncipe. Existem, no entanto, algumas mercadorias cuja importação é proibida por razões de moral, de segurança ou necessidade de proteção da vida humana, da fauna e flora selvagens, do património e da propriedade intelectual.
O crescimento populacional acelerado, a alteração dos hábitos alimentares e, acima de tudo, um país em desenvolvimento, onde o setor agrícola ainda representa mais de metade do emprego e que necessita de dar resposta a uma população extremamente jovem (cerca de 65% tem até 25 anos), abrem boas perspetivas para o setor de equipamentos e outros bens para a agricultura.
Para as empresas portuguesas interessadas em exportar ou reforçar a exportação destes bens para São Tomé e Príncipe, as oportunidades estão, nomeadamente, no fornecimento de alimentos para animais, ferramentas, máquinas e outros equipamentos agrícolas cuja procura tenderá a aumentar com a implementação de novos projetos no mercado.
A concorrência de bens provenientes dos países vizinhos, ou de países mais longínquos com uma oferta de preços baixos, representam um desafio. No entanto, os produtos portugueses gozam, na sua generalidade, de uma imagem bastante positiva e o facto de muitos decisores de compras nesta área serem portugueses ou terem uma forte ligação a Portugal, facilita a perceção de qualidade dos nossos produtos.