Nuno Armada foi recentemente eleito presidente da direção da Associação Empresarial de Ponte de Lima. Nota que uma das prioridades na atuação da sua equipa é “tentar devolver a associação aos empresários limianos”, embora tema as condicionantes trazidas pela pandemia.
Elsa Touceira
Nuno Armada já integrava a anterior direção como vice-presidente. Foram três anos ”um pouco conturbados”, mas garante que 2019 terminou com saldo positivo. Vos anos anteriores não havia projetos e dinheiro e foram anos complicados, mas foi-se trabalhando e conseguiu-se terminar o de 2019 com um fecho positivo”, contou o empresário de 44 anos, natural da Ribeira, revelando que foi desafiado por José Vaz, que no último ano assumiu a direção depois da saída de António José Lima, para encabeçar uma lista. “E avancei com uma candidatura praticamente com poucas alterações em termos de equipa para este triénio”, declarou. ressalvando, contudo, que não foi uma decisão fácil. “E preciso dedicar tempo a isto e eu também tenho as minhas empresas e o meu trabalho, mas estarei cá para trabalhar e tudo vai correr bem”, declarou, adiantando que a prioridade será “devolver um bocadinho da associação empresarial aos empresários de Ponte de Lima”.
Tenho esse feedback dos comerciantes e, por isso, juntamente com a equipa e a, pessoas que estão aqui a trabalhar temos esse objetivo de fazer algo diferente do que vem a ser feito nos últimos anos”. salientou, adiantando que estão já vários projetos em curso.
“O objetivo é tentar chegar mais próximo dos comerciantes com iniciativas e também estreitar relações com câmara municipal”, explicou, admitindo que com as restrições impostas pelo contexto de pandemia “não será tarefa fácil”.
“Estamos já a estudar várias situações em relação ao comércio tradicional. Se a Covid- 19 nos deixar estamos a pensar numa iniciativa específica para a época natalícia, tentando fazer qualquer coisa de diferente, mas tudo depende do que temos pela frente”, salientou, vincando que, à semelhança de outros, os sectores mais afetados no concelho são a restauração e turismo.
“Felizmente, uma das coisas que se notou muito foi o aumento da procura do comércio tradicional. As pessoas sentiam-se mais seguras nos comércios de proximidade. Claro que os comerciantes e empresários nos dão conta das dificuldades e constrangimento que estão a ter, mas também sabem que a associação muito pouco ou nada pode fazer”, realçou, vincando que os sectores que conseguiram manter os seus negócios foram os ligados aos produtos alimentares e também a construção civil.
Nuno Armada é empresário na área alimentar e na área do turismo e aponta o seu próprio exemplo neste contexto de pandemia. “Na Aviarmada, apesar de termos registado uma ligeira quebra, conseguimos manter todos os funcionários a trabalhar com os vencimentos habituais.
Tivemos foi que adaptar modos de trabalhar e nova logística para evitar o cruzamento de muita gente. Na Travelnorte foi mesmo estaca zero, com a agravante de termos que devolver pagamentos. Nesta altura já se vai registado alguma coisita, para destinos nacionais”, sustentou.
Apesar de ser um facto que a associação não controla. Numo Armada notou que o comércio tradicional acaba sempre por sofrer como aparecimento de grandes superfícies comerciais, mas que a pandemia ajudou à sua revitalização. “Este contexto obrigou-os a adaptarem-se a
novos produtos, novas técnicas e novas formas de trabalhar”, sustentou, vincando, que, por outro lado, as grandes superfícies ajudam a criar emprego no concelho e aumentam o movimento de pessoas, que acabam por visitar também outros espaços.
Já sobre a falta de grandes empresas no concelho, Nuno Armada nota que a autarquia limiana “tem criado condições para atrair industriais”. “Não sei o que tem levado a maior atração para outros concelhos dessas grandes empresas porque aqui temos as mesmas condições”, referiu.
“Equipa quer marcar a diferença”
No trabalho da Associação Empresarial de Ponte de Lima destaca-se o serviço de apoio às empresas, nomeadamente a nível administrativo com a elaboração de contratos, segurança social, registo nacional de pessoas coletivas, alvarás, registo de marcas e patentes, entre outros.
A Associação tem ainda um departamento de contabilidade que presta apoio contabilístico e fiscal aos associados que o solicitem. Uma parceria com um advogado ter permitido, também, dar apoio jurídico nas amas do direito comercial, fiscal e laboral sendo que o objetivo é alargar este tipo de parcerias.
Para além disso, a associação tem ainda um departamento de assistência técnica às empresas com consultoria a micro e pequenas empresas em algumas áreas temáticas, nomeadamente organização e gestão e economia digital.
A assistência técnica às empresas e informação empresarial, a formação e requalificação de recursos humanos e a dinamização de eventos relacionados com a Atividade Económica Empresarial têm sido outra das apostas da Associação Empresarial.
Nuno Armada vincou ainda que a Associação Empresarial de Ponte de Lima se tem destacado nos projetos de formação, sendo um Centro Qualifica, destinado a reforçar a qualificação da população ativa, tanto para empregados que querem aumentar as suas qualificações, como para desempregados que pretender lançar-se em novas áreas.
Tem ainda em curso uma candidatura ao projeto qualifica 4.0 Indústria Alimentar que visa apoio e promoção direta às atividades agro-alimentares e outra candidatura ao Coopqall – Coopetição e qualificação do interior do vale do Lima, que tem como objetivo promover atividades empresariais e a realização de diversos eventos públicos.
Tem ainda previsto projetos de parceria coma Associação Comercial e Industrial de Arcos de Valdevez e Ponte da Barca.
Nuno Armada nota, ainda que o facto do edifício onde estão instalados os serviços ser propriedade da Associação Empresarial de Ponte de Lima “é uma mais valia”. “Claro que é um encargo bancário porque tem que se pagar o empréstimo, mas estamos a construir património e que pode ser rentabilizado porque temos vários espaços”, sustentou.
A Associação Empresarial de Ponte de Lima integra os Órgãos Sociais da CEVAL – Confederação Empresarial do Alto Minho. Apesar de considerar que Luís feito tem feito “um trabalho muito bom” na liderança desta instituição. Nuno Armada defende que deviam existir mais iniciativas conjuntas das várias associações.
A Associação Empresarial de Ponte de Lima faz parte da Associação Concelhia das Feiras Novas e apesar de este ano a festa não se realizar vai lançar como habitualmente a publicação “Anunciador das Feiras Novas”.
“É um ano atípico, mas vamos publicar na mesma. São 37 anos consecutivos de publicação”, notou, salientando que, embora nasça com o objetivo de promover as festas concelhias, a publicação é também uma revista cultural.
“De promoção às artes limianas, à nossa história e tradições onde damos ênfase a alguns empresários que já nos deixaram e também fazemos eco dessa memória e história. E fica sempre um registo da não realização das Feiras Novas”, vincou, salientando que várias pessoas têm contactado a associação para saber se o Anunciador vai ser publicado. “Há muitos colecionadores, mesmo de fora, porque tem textos muito interessantes”, realçou.
Atualmente, a Associação Empresarial de Ponte de Lima tem cerca de 450 sócios efetivos, mas no total serão cerca de 900, números que Nuno Armada gostava que fossem atualizados. “Gostava de dar a imagem que estamos a trabalhar para que os que não são associados neste momento venham e paguem as suas quotas e os que já são sentirem que a associação está com eles e voltem”, declarou, explicando que este afastamento já vem de há vários anos, muito por culpa dos período que a associação passou de dificuldades financeiras e falta de projetos.
“Espero que com esta recuperação financeira e com outros projetos a associação possa regressar a essa dinâmica e vitalidade”, desejou. notando que a maior proximidade com a comunidade local e o reforço da parceria com o Município de Ponte de Lima poderão ajudar neste objetivo.
“Estamos abertos a que os comerciantes venham e exponham os seus problemas e na medida do possível fazer um grande esforço para estar em sintonia, definir uma estratégia, e defender os interesses dos associados’. realçou.
Perspetivando um triénio positivo. “Creio que vamos chegar ao que pretendemos porque temos uma equipa bastante coesa e com muita vontade de realmente agarrar este projeto e marcar a diferença”. concluiu.
Fonte: Jornal Alto Minho